sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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A violência e o debate político

Publicado por Webmaster em 13/09/2011 as 21:27
Arquivado em Opinião
“Não chegamos à metade do mês e já contabilizamos quase 50 homicídios só em setembro”
Ronaldo Lessa
A violência domina a mídia e esta diz que aquela vai dominar o debate político no próximo ano. Não há como fugir disso. Vivemos há algum tempo no local mais violento do País e isso tem trazido consequências funestas para nosso modo de vida. Estamos temerosos, permanentemente temerosos, como que a espera de que algo de ruim nos aconteça a qualquer momento; um estágio de permanente vigília – a média é de cinco assassinatos diários e incontáveis roubos e furtos, dados perversos da nossa guerra cotidiana.
Os americanos também vivem assim, uma similitude que nenhum de nós queria. Mas lá, trava-se uma guerra que pontifica em vários pontos do mundo onde haja embaixada americana e que encontrou eco nos atentados de 11 de setembro. Aqui, temos um World Trade Center a cada ano – não chegamos à metade do mês e já contabilizamos quase 50 homicídios só em setembro. É por isso que o assunto deve dominar a agenda política do próximo ano quando os maceioenses vão eleger um novo prefeito e 31 novos vereadores.
Em artigo publicado há alguns dias, o professor e escritor Luis Sávio Almeida foi categórico: “O Estado precisa se fazer acreditar”. Isso resume bem o dilema que vivemos e ele, Sávio, chega a perguntar: “o cidadão tem mais medo do traficante do que confiança no Estado?”. A confiança no Estado é pouca e o escritor afirma que, para nossa sorte, os traficantes estão aparentemente atomizados, “parecendo não haver possibilidade de um extenso pacto territorial”.
Sávio Almeida é conclusivo: “O combate à droga passa, portanto, pela renovação do Estado. Ele tem que se fazer respeitar pela população e tudo começa, novamente, pela necessidade de ser convincente ao pedir desculpas, ao dizer batendo no peito três vezes: mea culpa, mea culpa. Mea máxima culpa. Miserere nobis. (…). A droga para ser destruída requer um projeto de comunidade, requer um Estado e um povo andando no caminho da reconstrução”.
Como o governo nunca pediu desculpas (e que tudo indica nunca vai pedir) não é possível avaliar seu grau de convencimento. Sendo assim, ele não pode se fazer respeitar pela população nem hoje nem no próximo ano. É duvidosa sua capacidade de reconstrução; é certa sua arrogância e indiferença para com os mais desassistidos, exatamente aqueles que são presas fáceis dos traficantes.
A incompetência dos traficantes em estabelecer um pacto territorial para dominação encontra paralelo na incompetência do governo em combatê-los. E não apenas isso: o governo é incapaz de esboçar um plano estratégico de combate à violência, aquela que nos aproxima dos americanos na espreita de que algo terrível possa nos acontecer a qualquer momento.
Mas novos tempos virão, com certeza.

3 comentários

  1. josé carlos josé carlos disse:
    Novos tempos viram sim meu GOVERNADOR e espero contar com VSa. com muito orgulho de voltar a ser um alagoano tranquilo com a minha familia.Que DEUS te proteja e vamos a LUTA ESTAMOS JUNTOS.
  2. Edvam Edvam disse:
    É lamentável a situação de insegurança que está vivendo o nosso povo alagoano e que cada aumenta. Parabenizo ao Ronaldo Lessa pela lucidez do artigo e que nos chama a repensar num projeto diferente para a cidade de Maceió e para as demais cidades. Peço-lhe que ele tenha forças e continue firme para ajudar-nos neste combate e vislumbrar dias melhores. Todos juntos, podemos mais pela paz em nossa sociedade!
  3. MAGDIEL MAGDIEL disse:
    NÃO TEMOS O QUE COMEMORAR!
    Como podemos comemorar a emancipação politica de alagoas enquanto a violência espalhar o terror nas ruas, em casa e no trabalho?
    É TRISTE A SITUAÇÃO EM QUE CHEGOU NOSSA ALAGOAS.

  4. Meu medo, como cidadão alagoano, Excelência, é que o estado de Alagoas como o mais violento do país, se torne uma terra sem dono. Sem falar no rombo que esse governador deixará em 2015 com a farra dos 300 milhões de dólares que o BIRD vai liberar. Quanto cada deputado e senador vai embargar para si dessa grande pizza? Não terá o TJ e os MP nem mesmo de comer das sobras? Uma coisa é certa esse governador provou que não entende nada de política, pobre do saudoso Teotônio Vilela, e nós que vivemos num verdadeiro front, vamos sofrer as consequencias.

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