sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mais um calote da Casa Tavares Bastos, o primeiro foi em 1999 de nove salários mínimos quando deu calote no vencedor de concurso literário promovido pela Academia Alagoana de Letras

Assembleia é acusada de dar calote na USP

Publicado por Redação em 11/11/2011 as 07:34
Arquivado em Destaque, Política


GILSON MONTEIRO – gilsonmonteiro@ojornal-al.com.br
Em 7 de agosto de 2008, o Diário Oficial do Estado trazia a publicação do contrato entre a Fundação de Apoio e Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura (Fapetec), da Universidade de São Paulo (USP) e a Assembleia Legislativa de Alagoas para a realização de uma auditoria na folha de pagamento dos servidores da Casa. Passados três anos e três meses, o relatório conclusivo ainda se encontra nas mãos do professor Luiz De Luca (que coordenou a auditagem). Ele aguarda o pagamento da última parcela do contrato, no valor de R$ 96.025,00. O contrato custou R$ 576.150,00 aos cofres da Casa. A investigação solicitada à USP foi uma das tentativas do Poder Legislativo em resgatar a credibilidade após o escândalo investigado pela Polícia Federal na Operação Taturana, que descobriu um suposto desfalque de R$ 300 milhões por meio da folha de pagamento da Casa.
Em entrevista por telefone a O Jornal, o professor De Luca fala em “calote”, coisa considerada “comum” entre parte da classe política, mas “absurda”, para a USP. Ofícios foram encaminhados ao presidente da Assembleia, deputado Fernando Toledo (PSDB), mas, segundo o professor da USP, ou não houve resposta ou a justificativa é a de sempre: “Falta dinheiro”.
“Até hoje não nos foi dada uma satisfação. Mas o perfil deste país é este. Infelizmente, calote é uma prática considerada normal, usual entre os políticos. Mas para nós isso não é normal, é absurdo. Já encaminhamos ofícios, e-mails, cartas, e ou não temos uma resposta ou a justificativa é de que falta dinheiro, que vão incluir o valor no orçamento do ano seguinte, mas já se passaram três anos e nada. Enviamos essas correspondências para o presidente, o Fernando Toledo, e também para os demais membros da Mesa Diretora, mas nada foi resolvido. O presidente tem sempre uma postura cordial, receptiva, mas o pagamento nunca é efetivado”, disse o professor.
“Quando se faz um contrato, se estabelece um elo de confiança. Que nesse caso não foi à frente. Para fazer esse trabalho disponibilizamos uma equipe de dez pessoas, com deslocamento devido a distância, e ficamos responsáveis por etapas que não era de nossa alçada, como aquele cadastro de funcionários. Fizemos a nossa parte, e o normal é recebermos pelo trabalho”, acrescentou De Luca.
Usando um tom de quem já não tem perspectiva de receber a dívida, o professor diz que a Fundação não deve tomar nenhuma medida legal, por se tratar de um ente público, onde, ressalta, “a dívida iria passar cem anos para ser paga”. “Não dá para agir, pois se trata de um ente público, e como sabemos como essas coisas funcionam aqui no país, se tomarmos alguma medida judicial a dívida iria passar cem anos para ser paga, e ia se transformar em precatórios. Não vale a pena”, lamentou.

1 comentário

    Alagoana Alagoana disse:
    Ai quando eu falo que aí só tem larápio tem gente que não gosta. Cite pelo menos u 1 sério?

    MAIS UM CALOTE NA HISTÓRIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
    (*) Fábio Poeta

    Seria uma grande surpresa se a Casa Tavares Bastos honrasse seus contratos, débitos, pagamentos, dívidas e vencimentos salariais. Por isso, mais uma manchete de calote e, desta vez, a vítima foi a respeitadíssima Fundação de Apoio e Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura – Fapetec, órgão vinculado a Universidade de São Paulo, fato este noticiado na edição desta sexta-feira no O Jornal ( p. A2 ). Segundo Gilson Monteiro, autor da reportagem “Assembleia é acusada de dar calote na USP”, refere-se a uma contratação selada entre AAL e USP , via Diário Oficial do Estado em 7 de agosto de 2008, no momento delicado em que a Polícia Federal detonava em Alagoas mais uma de suas operação contra a corrupção e desvio de verbas da Assembleia Legislativa, um provável desfalque de 300 milhões por meio da folha de pagamento da Casa. A operação deflagrada PF chamou-se Operação Taturana. Hoje o que se tem dito e feito sobre esta? Os taturanas estão por aí, disfarçados em borboletas, cada vez mais livres. E que bichos encontrará ainda mais a Justiça alagoana na auditoria feita por aquele órgão? Dúvidas que só poderemos saber daqui a uns 50 ou 100 anos, ou mais, caso vire história. Excelente a reportagem. Gostaríamos de dizer o mesmo com a justiça, que anda sumida.
    Eu, como escritor, também fui vítima dessa mesma Assembleia Legislativa, por volta de 1999, quando participei de um concurso literário categoria conto, com o livro Bichos Urbanos, do qual fui vencedor, promovido pela Academia Alagoana de Letras e patrocinado via Decreto de nº 291/96 pela Assembleia Legislativa, cujo valor do prêmio são 09 ( nove ) salários mínimos. À época enviei abri vários processos solicitando esse valor, em várias gestões que me lembro de cor, na gestão dos deputados estaduais de Antônio Alburquerque, Ziane Costa, Celso Luiz; além de ter protocolado para os gabinetes dos deputados Sérgio Toledo, Cícero Almeida, Paulão, Temóteo Correia, Celso Luiz, Gilvan Barros, Alves Correia, Maria S. Viana, cujos nº de protocolos são respectivamente: 000866, 000867, 000868, 000869, 000870, 000871, 000872, 000873. Tais processos estão lá mofando em algum buraco daquela Casa ou talvez tenha sumido com os 300 milhões. Até hoje, passados 13 anos, nunca honraram essa dívida com a cultura, em especial, com a literatura alagoana. Esperemos que a justiça e a polícia federal honrem com as investigações e as prisões dos prováveis culpados de terem feitos um carnaval regado de uma bela pizza de 300 milhões do erário.
    (*) poeta, músico, professor e servidor público

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